A partir de 1960, as empresas passaram a repensar sobre a
sua forma de lidar com os problemas ambientais, principalmente depois de
perceber que a degradação do meio ambiente poderia vir a comprometer seus
lucros. Nas décadas que se seguiram, vários eventos, como o acontecimento de
grandes desastres ambientais que causaram indignação à população, o
aparecimento de ONGs ambientalistas e maior pressão dos governos por meio de
legislações restritivas e proibitivas, foram determinantes para que as
organizações inserissem a variável ambiental em sua gestão.
Hoffmann (1997 apud GONÇALVES-DIAS; TEODÓSIO, 2010),
identifica quatro momentos diferentes na história do ambientalismo corporativo,
caracterizados pelo realinhamento de interesses dentro do campo organizacional:
(I) ambientalismo industrial (1960-70),
que enfatizava a resolução interna de problemas como um adjunto da área de
operações;
(II) ambientalismo regulatório (1970-82),
cujo foco era sobre a conformidade com as regulamentações, dada a imposição
externa de novas leis ambientais cada vez mais rigorosas;
(III) ambientalismo como responsabilidade
social (1982-88), cujo foco era sobre a redução de poluição e minimização
de resíduos dirigidos externamente por associações de indústrias e iniciativas
voluntárias; e
(IV) ambientalismo estratégico (após
1990), que dá ênfase à integração de estratégias ambientais proativas a partir
da alta administração.
Agora que conhecemos um pouco sobre as conseqüências da degradação
ambiental causada por atividades antrópicas e seus reflexos na mudança no
pensamento organizacional, vamos partir para a contribuição da gestão ambiental
na tentativa de reverter esse perigoso cenário.
A gestão ambiental se estabelece
por meio de um conjunto de diretrizes e atividades administrativas e
operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e
outras, que buscam obter efeitos positivos sobre o meio ambiente.
A gestão
ambiental integra em seu significado (SEIFFERT, 2008, p. 24):
1. A política ambiental, que é o conjunto
consistente de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou
governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso,
controle, proteção e conservação do ambiente;
2. O planejamento ambiental, que é o estudo
prospectivo que visa à adequação do uso, controle e proteção do ambiente às
aspirações sociais e/ou governamentais expressas formal ou informalmente em
uma política ambiental, através de coordenação, compatibilização, articulação e
implantação de projetos de intervenções estruturais e não estruturais;
3. O gerenciamento ambiental, que é o
conjunto de ações destinado a regular o uso, controle, proteção e conservação
do ambiente, e a avaliar a conformidade da situação corrente com os princípios
doutrinários estabelecidos pela política ambiental.
Essa maneira de encarar a questão ambiental é uma prática
recente que vem sendo incorporada de maneira progressiva nas organizações, de
modo a viabilizar a adequação das atividades econômicas a um meio ambiente mais
saudável, buscando melhorar seus produtos, serviços e ambiente de trabalho,
considerando a variável ambiental. Pautada nas pressões exercidas juntamente
pelo governo, mercado e sociedade, o aumento da consciência ecológica foi
fundamental para que as organizações deixassem de considerar atitudes
ambientalmente corretas, como um gasto extra ao processo produtivo.
Barbieri (2007, p. 153) reforça que a gestão ambiental
empresarial deve ser entendida como “as diferentes atividades administrativas e
operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais
decorrentes da sua atuação ou para evitar que elas ocorram no futuro”.
Portanto, empresas pautadas no conceito de desenvolvimento
sustentável, segundo Crosbie e Knight (1995 apud BARBIERI, 2007),
• satisfazem as necessidades atuais, usando
recursos de modo sustentável;
• mantêm um equilíbrio em relação ao ambiente
natural, com base em tecnologias limpas,
reuso reciclagem ou renovação de recursos;
• restauram qualquer dano causado por elas;
• contribuem para solucionar problemas
sociais em vez de exacerbá-los; e
• geram renda suficiente para se sustentar
Nenhum comentário:
Postar um comentário