quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AMBIENTALISMO CORPORATIVO E GESTÃO AMBIENTAL


A partir de 1960, as empresas passaram a repensar sobre a sua forma de lidar com os problemas ambientais, principalmente depois de perceber que a degradação do meio ambiente poderia vir a comprometer seus lucros. Nas décadas que se seguiram, vários eventos, como o acontecimento de grandes desastres ambientais que causaram indignação à população, o aparecimento de ONGs ambientalistas e maior pressão dos governos por meio de legislações restritivas e proibitivas, foram determinantes para que as organizações inserissem a variável ambiental em sua gestão.

Hoffmann (1997 apud GONÇALVES-DIAS; TEODÓSIO, 2010), identifica quatro momentos diferentes na história do ambientalismo corporativo, caracterizados pelo realinhamento de interesses dentro do campo organizacional:

(I) ambientalismo industrial (1960-70), que enfatizava a resolução interna de problemas como um adjunto da área de operações;

(II) ambientalismo regulatório (1970-82), cujo foco era sobre a conformidade com as regu­lamentações, dada a imposição externa de novas leis ambientais cada vez mais rigorosas;

(III) ambientalismo como responsabilidade social (1982-88), cujo foco era sobre a redução de poluição e minimização de resíduos dirigidos externamente por associações de indústrias e iniciativas voluntárias; e

(IV) ambientalismo estratégico (após 1990), que dá ênfase à integração de estratégias ambientais proativas a partir da alta administração.

Agora que conhecemos um pouco sobre as conseqüências da degradação ambiental causada por atividades antrópicas e seus reflexos na mudança no pensamento organizacional, vamos partir para a contribuição da gestão ambiental na tentativa de reverter esse perigoso cenário.

A gestão ambiental se estabelece por meio de um conjunto de diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras, que buscam obter efeitos positivos sobre o meio ambiente.

A gestão ambiental integra em seu significado (SEIFFERT, 2008, p. 24):

1. A política ambiental, que é o conjunto consistente de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do ambiente;

2. O planejamento ambiental, que é o estudo prospectivo que visa à adequação do uso, controle e proteção do ambiente às aspirações sociais e/ou governamentais expressas for­mal ou informalmente em uma política ambiental, através de coordenação, compatibilização, articulação e implantação de projetos de intervenções estruturais e não estruturais;

3. O gerenciamento ambiental, que é o conjunto de ações destinado a regular o uso, controle, proteção e conservação do ambiente, e a avaliar a conformidade da situação corrente com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental.

Essa maneira de encarar a questão ambiental é uma prática recente que vem sendo incorporada de maneira progressiva nas organizações, de modo a viabilizar a adequação das atividades econômicas a um meio ambiente mais saudável, buscando melhorar seus produtos, serviços e ambiente de trabalho, considerando a variável ambiental. Pautada nas pressões exercidas juntamente pelo governo, mercado e sociedade, o aumento da consciência ecológica foi fundamental para que as organizações deixassem de considerar atitudes ambientalmente corretas, como um gasto extra ao processo produtivo.

Barbieri (2007, p. 153) reforça que a gestão ambiental empresarial deve ser entendida como “as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que elas ocorram no futuro”.

Portanto, empresas pautadas no conceito de desenvolvimento sustentável, segundo Crosbie e Knight (1995 apud BARBIERI, 2007),

• satisfazem as necessidades atuais, usando recursos de modo sustentável;

• mantêm um equilíbrio em relação ao ambiente natural, com base em tecnologias limpas,

reuso reciclagem ou renovação de recursos;

• restauram qualquer dano causado por elas;

• contribuem para solucionar problemas sociais em vez de exacerbá-los; e

• geram renda suficiente para se sustentar

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